Death Note: O que esperar da adaptação live-action da Netflix?

Baseada na icônica série de mangás de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata, a Netflix lançou em 25 de agosto a adaptação em live-action de Death Note.

O tão aguardado (e temido) filme tem gerado diversas polêmicas entre os fãs da história original, publicada inicialmente entre 2003 e 2006. 

A principal “barreira” que impede a aceitação da versão ocidental do mangá é justamente esta: a ocidentalização de Death Note. Ao que tudo indica, as pequenas (e não tão pequenas assim) mudanças no roteiro podem fazer com que o live-action decepcione totalmente.

Mas calma, não vamos nos precipitar! De acordo com as informações que já foram divulgadas e os trailers, confira o que podemos esperar do Death Note da Netflix.

Um Light inseguro e um Ryuk “intrometido”

Uma das características mais marcantes de Light Yagami na história original de Death Note é a sua personalidade egocêntrica. Ao se autointitular o “deus do novo mundo”, Raito mostra uma frieza praticamente inabalável, sem temer nem mesmo a presença constante do Deus da Morte ao seu lado.

No entanto, Light “Turner” aparentemente não será um jovem tão forte e confiante como na versão japonesa. No sneak peek divulgado que mostra o primeiro contato entre Light e o shinigami Ryuk vimos uma cena que deixou qualquer fã da série bastante irritado.

O jovem estudante se mostra assustado ao ver o deus da morte, atitude completamente oposta a do Light dos mangás, que não aparenta qualquer tipo de incômodo com a presença de Ryuk. 

Como se isso não bastasse para frustrar os fãs, também presenciamos Ryuk influenciando diretamente Light a usar o Death Note. Na história original o shinigami é conhecido por tomar uma posição totalmente imparcial sobre as ações de Raito, agindo como um mero espectador de tudo o que acontece. 

O fato de Ryuk ter “manipulado” Light Turner a usar o caderno pode mudar drasticamente a essência da história. No mangá/anime Light não precisou da ajuda do shinigami para decidir o que fazer com o caderno, sendo que o deus da morte apenas surgiu para explicar os detalhes sobre o artefato para o jovem. A ideia de se tornar o “deus do novo mundo” partiu do famigerado Kira, sem qualquer tipo de influência de Ryuk. 

Caso o filme siga esse novo caminho, ficamos curiosos para ver qual será a explicação para os atos assassinos de Kira. Será que a motivação de Light será a vingança no lugar da “justiça”? 

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A polêmica ocidentalização de Death Note

Não apenas a troca dos sobrenomes de alguns personagens – Light Yagami para Light Turner e Misa Amane para Mia Sutton, por exemplo – mas várias outras mudanças foram feitas na adaptação da Netflix com o objetivo de “ocidentalizar” o longa.

Para começar a trama se passa nos Estados Unidos e não no Japão, como na versão original. Outro aspecto fica por conta da descrição estética dos personagens. Watari, por exemplo, está MUITO mais jovem no live-action do que na versão japonesa; Mia Sutton é morena no filme, dispensando totalmente o visual excêntrico da loira celebridade do mangá/anime.

Claro, não podemos deixar de citar L, o investigador que está na cola do Kira para capturá-lo. No anime e mangá o personagem é descrito como um jovem inglês de pele bastante pálida. Na versão Netflix o ator afroamericano Keith Stanfield é quem dará vida ao detetive particular.

Todas essas mudanças estéticas (sem falar das alterações no roteiro) têm deixado vários fãs da série ansiosos e apreensivos com o resultado final da produção.

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Do humor ao terror?

Adam Wingard, diretor do filme, afirmou que a adaptação da Netflix de Death Note não será apenas uma “homenagem” aos fãs da franquia, mas também uma oportunidade de atrair novos fãs. 

E como ele pretende fazer isso? Alterando o roteiro original? Se for essa a resposta, então creio que veremos um desfecho semelhante ao de Dragon Ball Evolution… 

Durante o painel da San Diego Comic Con 2017, Wingard fez uma afirmação que piorou ainda mais a sensação de insegurança sobre o live-action ocidental. De acordo com o diretor, o filme terá uma “mistura de gêneros”, sendo capaz de ir do terror ao humor. 

Para uma série que é conhecida por seu teor sombrio, essa “mistureba” de estilos pode servir para reforçar a total perda da identidade que forma Death Note.

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E o L, o que esperar dele?

Bem, como já falamos, o L no filme da Netflix será bastante diferente do visto nos mangás, pelo menos em algumas características estéticas. Mas, será que a personalidade do “melhor detetive do mundo” será mantida ou alterada, como supostamente acontecerá com Light Turner?

Uma coisa é certa, o amor por doces e os trejeitos excêntricos de L estarão presentes no longa, como já foi visto em algumas cenas dos trailers.

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Quem faz parte do elenco?

No papel do anti-herói e protagonista da trama, Light Turner (Light Yagami, na versão original), está Nathaniel Marvin Wolff, conhecido por Nat Wolff. O ator já atuou em A Culpa é das Estrelas (2014) e Cidades de Papel (2015).

Margaret Qualley é Mia Sutton, personagem que equivale a Misa Amane no mangá/anime original. A atriz e modelo ficou conhecida por ter interpretado Jill Garvey em The Leftovers, série da HBO.

O enigmático L será interpretado por Keith Stanfield, ator que ficou conhecido por ter atuado em Corra!, Snowden e Straight Outta Compton

Com alguns anos a menos que o personagem original, Watari será interpretado por Paul Nakauchi. Shea Whigham será James Turner, personagem equivalente a Soichiro Yagami, o pai de Light. E claro, não podemos esquecer do shinigami Ryuk, que será dublado por ninguém menos que Willem Dafoe.

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O que diz a crítica?

Durante a Comic Con San Diego algumas pessoas tiveram a oportunidade de assistir com exclusividade o filme. E, para surpresa de muita gente, os reviews têm sido bastante simpáticos. 

As boas notícias ficam por conta do “alívio” da adaptação não ser um total fracasso, como o já citado Dragon Ball Evolution, por exemplo. De acordo com a maioria das críticas, o enredo está longe de ser exatamente igual ao do anime (para a tristeza dos fãs mais “ortodoxos”). No entanto, transmite uma “energia esquisita” que faz com que o longa se mantenha em pé, mesmo sem a essência típica do mangá.

Especulações a parte, o fato é que teremos que esperar até 25 de agosto para finalmente descobrir o que a Netflix fez com o fenômeno cultural internacional que é Death Note.

Se ainda não viu, confira o trailer oficial:

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